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FGV Arte inaugura a exposição Guanabara, o abraço do mar, com apoio da Águas do Rio

A mostra, que aborda as multifacetas da Baía, já reúne mais de 200 obras de cerca de 100 artistas, e tem curadoria de Paulo Herkenhoff, Luiz Alberto Oliveira e Marcus Monteiro
15/10/2024
Glauco Rodrigues  | Ícaro  (1985)

Localizada próxima aos principais monumentos culturais do Rio de Janeiro e de frente para a Baía, a FGV Arte, com apoio da Água dos Rios, inaugura sua quarta exposição, intitulada Guanabara, o abraço do mar, com curadoria de Paulo Herkenhoff, Luiz Alberto Oliveira e Marcus Monteiro. A abertura, marcada para o dia 15 de outubro, a partir das 19h, na Praia de Botafogo, 190, contará com apresentações artísticas e a presença de importantes nomes do segmento. O acesso à galeria é gratuito e a mostra fica em exibição até 27 de fevereiro de 2025.

A nova coletiva expõe os diversos aspectos ecológicos, culturais e sociais de um dos importantes cartões-postais da cidade carioca e do Brasil. Segundo Paulo Herkenhoff, a Baía da Guanabara é uma região construída pelo trabalho e arte - como expressão simbólica -, e é uma paisagem ímpar, com habitantes muito especiais.

“‘Guanabara, o abraço do mar’ é sobre um lugar que reconhecemos que tem muitas dimensões, é onde as primeiras sociedades, os povos originários, moraram. A mostra vai expor não somente o aspecto cultural e as paisagens, mas, também, os fatos interessantes que ocorreram nesse processo”, esclarece o curador. 

As populações indígenas que, por milênios, habitavam as cercanias da Baía da Guanabara – inclusive lhe dando o nome, Goanã-pará, “seio do mar” – tinham uma forma própria de construir experiências de mundo, alinhada com a visão de pertencimento aos fatores ambientais. O curador Luiz Alberto Oliveira explica que a apreensão integrada de elementos e dimensões do existir estarão presentes na exposição.

“O parentesco ampliado entre as pessoas e o entorno natural acabam por sobressair quando examinamos a história da Baía, sua natureza, ocupação, e as transformações que têm passado. Um dos propósitos de “Guanabara – o abraço do mar” é compartilhar esse entendimento profundamente mobilizador com os visitantes da exposição”, afirma Oliveira.

Os resultados do tratamento hídrico da região e as multifacetas da Baixada Fluminense também serão focos da exposição, que conta com o apoio da Águas do Rio, concessionária da Aegea na área de esgotamento sanitário, que tem realizado um trabalho importante para a despoluição da Baía da Guanabara. 

São sete municípios fluminenses que têm litoral na Baía, o manejo inadequado dos cursos d’água, a depredação das matas e a poluição crescente tornaram o abastecimento e o saneamento problemas agudos para os moradores das cidades que se distribuem à sua volta e que compreendem a maior parte da população de todo o Estado do Rio.

O trabalho de limpeza da distribuidora contribuiu para que mais de 80 milhões de litros de água contaminada com esgoto deixassem de ser despejados diariamente na Baía. O resultado já é demonstrado em sucessivos relatórios de balneabilidade em praias historicamente poluídas, como as do Flamengo e de Paquetá. 

Da parceria entre as duas instituições nasceu essa exposição que retrata a Baía desde o período histórico, aos marcos, e até os atuais impactos ao meio ambiente. Enquanto a Fundação Getulio Vargas é comprometida com o desenvolvimento social e econômico do país, a Águas do Rio participa ativamente das agendas ambientais em prol de uma sociedade mais sustentável e consciente.

O público visitante irá se deparar, então, com uma mostra que simboliza, segundo o curador Luiz Alberto Oliveira, os panoramas prístinos retratados por artistas dos séculos passados e o despejo de resíduos industriais, sem tratamento, nas águas da Baía, que ainda hoje ocorre. Mas, ao mesmo tempo, irão encontrar a figura de uma Baía poderosa, resistente em manter-se viva e funcional. E que depende do esforço e dos estudos vigentes para garantir sua permanência no ecossistema.