Palestra de Abertura | Os Rios, as Águas, e as Outras Gentes

24 de Outubro
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Obra da exposição "Guanabara, o abraço do mar"

As populações indígenas que, por milênios, habitaram as cercanias da Baía da Guanabara – inclusive lhe dando o nome, Goanã-pará, “seio do mar” – tinham uma forma própria de construir experiências de mundo, alinhada com a visada que os antropólogos denominam de “perspectiva ameríndia”. Trata-se de uma apreensão integrada de elementos e dimensões do existir, de tal modo que as relações sociais dentre os membros do grupo não se dissociam dos fatores ambientais, mas se aglutinam a eles. Dito de outro modo, o plano cultural, propriamente humano, e o entorno natural, morros, rios, matas, ventos, bichos, constituem uma só modalidade, mesclada mas coesa, de ser. Esse parentesco ampliado entre as gentes e as coisas acaba por se ressaltar quando examinamos a história da Baía, sua natureza, ocupação, e as transformações por que tem passado. Nosso propósito é compartilhar esse entendimento profundamente mobilizador a partir da discussão dos conceitos formadores e dos conteúdos apresentados na exposição “Guanabara – o Abraço do Mar”.

 

Luiz Alberto Oliveira

Físico, doutor em Cosmologia, foi pesquisador do Grupo de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI), onde também atuou como professor de História e Filosofia da Ciência. Foi Curador Geral do Museu do Amanhã do Rio de Janeiro de 2010 a 2020. Pesquisador associado do Programa IDEA da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, é professor, palestrante e consultor de diversas instituições brasileiras e internacionais.

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