A Guanabara que nos habita: cidades, florestas, mangues e jardins

22 a 23 de Janeiro
-
Imagem de divulgação

Guanabara, braço de mar, seio de onde brota o mar. Imenso corpo líquido, geológico e geográfico cercado por montanhas, florestas, mangues... Espaço uno e plural. Jardim que há milênios inspira, acolhe, e, até certo ponto, abraça uma pluralidade de formas e forças viventes, entre as quais os humanos e suas cidades. A visão do perfil natural de seu recôncavo não só alimentou fisicamente a ocupação de suas margens, mas inspirou um espaço mítico, onde cosmogonias ancestrais fundem-se a evocações e projetos de mundos possíveis e justos.    

Contudo, grande parte de seus espaços de sociabilidade denunciam o avesso da bem-aventurança e uma realidade das mais violentas e perversas: corpos em abandono, sacrificados no cotidiano, sem teto, sem comida, sem direito pleno de ir e vir com respeito e dignidade; uma ideia de cidadania seletiva e excludente onde as marcas da arbitrariedade e da subjugação se infiltram em práticas cotidianas que não conseguem esconder um estado permanente de guerra, nem mesmo em suas ações ditas pacificadoras. 

Guanabara, seio de onde brota o leite materno das profundezas da terra, materialidade e modo de existência: como tornar mais potente a força cósmica de seu sítio? Onde estão as vozes daqueles que não se esquecem de como agir contra a inequidade? Quais os gestos que podem revelar a vida que se esconde em suas florestas, em seus manguezais, em seus corpos em festa? O que nos dizem aqueles que contam sobre suas águas encantadas e seus mundos múltiplos? O que desmistificar de seus mitos? Como reencontrar sua dimensão poética e concreta?  

 

Coordenadora convidada:  

Margareth da Silva Pereira | PROURB/UFRJ 

Participantes:  

Ana Rosa Oliveira | Instituto de Pesquisas Jardim Botânico 

Iazana Guizzo | FAU/UFRJ 

Jorge Luiz Barbosa | PósGeo/UFF 

Lucia Helena Silva | PPGDT/UFRRJ 

Nielson Bezerra | FEBF/UERJ 

Orlando Calheiros | NAnSi/Museu Nacional 

Renata Tupinambá | Jornalista e artista 

Zoy Anastassakis | ESDI/UERJ 

 

Programa

Dia 1 - 22 de janeiro 

14h a 15h30 | Um sítio e seus mitos 

- A Guanabara mítica e o desafio das cidades, com Margareth da Silva Pereira (PROURB/UFRJ) 

- A Guanabara nos mitos indígenas: o lago de leite, com Renata Tupinambá (Jornalista e artista) 

15h30 a 17h | Um sítio e suas ocupações 

- A Revolta dos Tamoios: às margens da história, com Orlando Calheiros (NAnSi/Museu Nacional) 

- A Guanabara como território do Antropoceno: o que dizem as águas dessa “boca banguela”?, com Zoy Anastassakis (ESDI/UERJ) 

17h | Lançamento do livro Espírito das periferias: ancestralidade indígenas e africanas na Baixada Fluminense, com o autor Nielson Bezerra (FEBF/UERJ) 

 

Dia 2 - 23 de janeiro 

14h a 15h30 | Destruições, transformações, subsistência  

- As águas encantadas das marés, com Jorge Barbosa (PósGeo/UFF) 

- As águas domesticadas: os mangues e seus aterros, com Lucia Helena Silva (PPGDT/UFRRJ) 

15h30 a 17h | O saber dos pequenos gestos: construções, instaurações, cuidado 

- Plantar florestas, com Iazana Guizzo (FAU/UFRJ) 

- Os jardins do jardim, com Ana Rosa Oliveira (Instituto de Pesquisas Jardim Botânico) 

17h | Lançamento do livro Jardins, paisagem e gênio natural, de Gilles Clément, com a tradutora Ana Rosa Oliveira 

Compartilhe: