Economia e mercado da arte: o valor da arte além do preço

14 a 16 de Abril
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Imagem de divulgação

O curso explorou os principais aspectos econômicos do mercado da arte, conectando teoria e prática nas atividades de artistas, galeristas, art advisors e profissionais de instituições culturais. Ao longo de quatro encontros, foram abordados temas como os números do mercado global e brasileiro, conceitos fundamentais da economia aplicados à arte, o debate entre preço e valor, metodologias de precificação, o papel dos colecionadores e a arte como ativo financeiro. O curso se encerrou com uma mesa-redonda sobre as oportunidades e desafios do mercado brasileiro, debatendo regulação, financiamento, tecnologia e estratégias para seu crescimento sustentável. Com uma abordagem analítica e baseada em dados, foram oferecidas percepções valiosas para quem deseja compreender o setor e atuar nele de forma mais estratégica.

 

Thierry Chemalle

Professor da FGV e dos cursos livres e in-company do MAM-SP. É mestre e pós-graduado em Economia pela Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, com graduação em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Defendeu a primeira dissertação de mestrado da FGV EESP que abordou a economia do mercado da arte. Desde 2018 é pesquisador do Centro FGVInvest nas áreas de Finanças e Economia do Mercado da Arte. Trabalhou no Banco Santander, na Consultoria e Auditoria EY, na Consultoria Accenture e na produtora de alimentos Mars. Atualmente é Gestor do Núcleo de IA e Arte da Lawgorithm (USP) e coordenador de pesquisa nos Grupos de Economia do Mercado da Arte e do ArtEconomics Task Force do Centro FGVInvest da FGV EESP. Membro do comitê editorial da revista acadêmica RAE da FGV EAESP.


 

Programa

Aula 1, 14/04/25: Números do mercado da arte e principais conceitos econômicos

A primeira aula foi uma introdução às especificidades da economia da arte para compreender as forças de mercado que regem o setor. Foram analisados dados recentes do mercado global e do brasileiro, tendências de vendas e motivações dos colecionadores. Além disso, foram apresentadas teorias como a Lei de Gresham e o "Market for Lemons" de Akerlof, destacando o impacto da incerteza e o papel das instituições neutralizadoras na mitigação de falhas de mercado. Por meio de casos práticos e referências fundamentais, os participantes foram incentivados a refletir sobre o valor da arte como ativo financeiro e seu papel na economia criativa global.

Aula 2, 15/04/25: O debate preço e valor no mercado da arte

Aprofundamento da discussão sobre o valor da arte, diferenciando-o do preço e explorando os mecanismos que influenciam a precificação no mercado. Foram abordados conceitos econômicos fundamentais, como o paradoxo da água e do diamante de Adam Smith, e perspectivas sobre a arte como bem de consumo conspícuo. A aula examinou as principais motivações para a aquisição de obras, a crescente percepção da arte como ativo financeiro e as metodologias tradicionais de precificação, como regressões hedônicas e vendas repetidas. Dados de mercado evidenciarão a dinâmica entre galerias, leilões e colecionadores, enquanto referências teóricas, de Veblen a Durkheim, enriqueceram o debate sobre os determinantes econômicos e sociais do valor artístico.

Aula 3, 16/04/25: Colecionismo e a jornada do colecionador

O colecionismo como fenômeno econômico e cultural foi o centro do debate: quais as motivações dos colecionadores e os impactos desse mercado? A aula discutiu a trajetória de grandes colecionadores, como Hubert G. Neumann, e apresentou dados sobre a composição e evolução das coleções de High Net Worth Individuals (HNWIs). Além disso, foi abordado o papel do colecionador como investidor anjo, com base em estudos que comparam o colecionismo ao financiamento de startups, destacando estratégias de aquisição e impacto ESG. O encontro investigou os retornos financeiros das coleções e as dinâmicas do mercado da arte, conectando o colecionismo às teorias econômicas.

Aula 4, 17/04/25: Mesa-redonda - Mercado da arte no Brasil: oportunidades e desafios

Convidados: Dominick Valansi, Felipe Mansini, Fabio Szwarcwald, Silvia Finguerut

A mesa-redonda Mercado da arte no Brasil: oportunidades e desafios reuniu especialistas para discutir dinâmicas, tendências e obstáculos enfrentados pelo setor no país. O debate abordou o crescimento do mercado brasileiro em um cenário globalizado, analisando fatores como regulação, financiamento, novos modelos de negócios e o impacto das tecnologias emergentes. Além disso, foram exploradas questões como a formação de preços, o papel das galerias e feiras, a evolução do colecionismo e as oportunidades para artistas e investidores. Com uma visão estratégica e baseada em dados, a mesa trouxe insights sobre como o mercado pode se fortalecer e se tornar mais acessível e eficiente, reduzindo assimetrias informacionais e fomentando sua expansão sustentável.

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